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domingo, 20 de dezembro de 2009

A casa parecia a imensidão de seu coração [Cap. II] - Mescalina

Capítulo II

Mescalina

Pequeno buraco imenso e infinito. Acorda. Tudo é bem claro e branco. Mas não se vê nada. Mas tudo muda. Agora tudo lhe parece familiar. Mas muda. Um túnel com cores e muitas formas. Não entende. Acordado? Caminha. Sente uma leve tontura e fraqueza, além de euforia e alegria momentâneas. Sente-se como se não houvesse mais o peso. Tudo é leve. Sente-se em plenitude. Estado de encontro consigo. Agora, parece até fácil entender-se. Ao longe avista seu amigo louva-deus. Ela? Não seria ela. Seria ela! É ela. Em sua cabeça confusa nada mais faz sentido.

Ele corre para junto dela. É de fato ela. Olham-se atentamente, como se mapeando o rosto e corpo de cada um. O abraço mais sincero e justo foi dado. Não é o bastante. Beijam-se como se não houvesse mais um outro dia. As mãos passeiam por entre as curvas. E tudo é desejo. Ela pára. Bate em seu rosto. Por quê? Ele a olha como um cão no cio. Avança num movimento brusco, bruto, animal. Arranca sua blusa e começa a beijá-la com força. Nem mesmo ele sabia que era capaz de tal feito. Ele percebe que ela perde as forças pouco a pouco. Lambe-a por todo colo, indo de encontro à boca. Saliva-a por todo o corpo. Suas línguas entrelaçam-se. Parece que todo o líquido não é o bastante. Em mais um movimento forte a joga no chão. Arranca dela sua calça. Rasga sua camisa. Avança seu corpo ao dela abrindo de súbito suas pernas. Morde seu queixo e a beija com mais força. Olha para seus olhos: ela não esconde mais. Lentamente, não deixando nenhuma parte de seu corpo sem ser molhada por sua língua insaciável, de modo safado, usando os dentes, tira dela a última veste. Toda a sua vergonha agora é visível. Sua incansável língua, suavemente, a faz falar em gemidos sólidos e abafados por seu orgulho. Suas mãos gananciosas confortam-se nos seus seios. O prazer toma-a por completo. Ele despe-se como o soldado mais aplicado de um pelotão. Seus corpos nus enrroscam-se. O que antes era dois, agora é um. Com movimentos suaves começam a dança frenética do sexo. Movimentos, esses, que se intensificam. São rápidos e fortes. Poderia o prazer matar? Morreriam se assim o fosse. Desejo, cheiro, suor, pêlos, pele, língua, saliva. Acorda.

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