sexta-feira, 4 de março de 2011
A casa parecia a imensidão de seu coração [Cap. XI] - Busca
A casa parecia a imensidão de seu coração [Cap. X] - Encontro
A casa parecia a imensidão de seu coração [Cap. IX] - Entreato
Agora em casa, ele pensa no que se passou em seu sábado. Pensa em como é reconfortante deitar-se em sua varanda depois de um dia de exercícios com seu caiaque. Pensa no estranho mapa encontrado, porém, isso tudo é pouco. O que mais o excita é o fato de que agora tem uma espécie de encontro com uma menina que o atrai. Pensa no tempo perdido lamentando-se pelo que não tinha volta ou não tinha que ser. Lamentando-se por tudo o que era passado. Agora é diferente: há um futuro, ou pelo menos a ideia de um.
Ela, em casa, pensa apreensiva sobre seu pseudo encontro do dia seguinte. Como sempre, muito tímida, os questionamentos que vêm a sua mente são os mais tolos e simples, porém, os mais importantes. Como me vestirei? E se ele tentar me beijar? Maquiagem? Camiseta? E meus pais? Perguntas contrastadas com afirmações. Como ele é bonito! Talvez se usasse essa roupa ou aquela! Quanto mistério em seus olhos! Mas logo o sono chega e ela põe-se a dormir.
A casa parecia a imensidão de seu coração [Cap. VIII] - Delicadezas
“Sim, bem!”. Depois de um pequena pausa, ele a convida para sentar um pouco embaixo de uma árvore, ali, próxima. Caminham em direção à árvore como se ambos soubessem o que queriam, mas nada foi falado nos poucos passos.
Ela começa a conversa, de uma forma um tanto descuidada: “Você não teve culpa alguma do que ocorreu!” - silêncio - “Perdão!” - ela diz. Ele vê um certo começo de confusão em sua mente, mas o rosto dela quando confronta-se com a luz do sol se pondo o faz esquecer o que foi falado - “Sim, ela é muito linda!” - pensa ele. Agora, é tomado por um sentimento fraternal, pois lembrara-se que não mais havia afago em seus dias. Seria ela a resposta a tantos questionamentos?
“Você não fez nada!” - responde e prossegue: “Não há por quê pedir perdão!” - e com um sorriso sincero consegue acalmar Mahina que agora já consegue o fitar novamente. Começam, agora, a conversar sobre coisas corriqueiras, como faculdade, música, cinema e, sobre o que ele encontrara na choupana de seu avô.
“Nossa, um mapa?!” - espanta-se ela - “Mas, ele se refere a esse lago. Estranho, não?” - ele: “Sim, é! Muito estranho. E, é fácil de se guiar por ele. É como se não quisessem esquecer o que está indicado no mapa, pois se não, teriam feito enigmas ou coisas assim.” - retruca ele. “Vamos tentar?” - pergunta ela - “Claro que sim! Seria legal fazer isso com você. Porém, está um tanto tarde. Faremos isso amanhã, ok?”. Com a cabeça ela responde que sim e, é quando ouve a voz de seu pai a chamando para ir embora. Despedem-se com todo o cuidado, para que nada além do que era visto transparecesse.