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sábado, 8 de maio de 2010

A casa parecia a imensidão de seu coração [Cap. VII] - Mahina

Capítulo VII

Mahina

Adormece. Sonha. Sem sentido. Alta velocidade. Explosão. Acorda. Um banho para redenção. Sábado. O sábado era seu dia preferido. Era dia de passar o dia no lago. O lago ficava a alguns minutos de sua casa. Seu avô possuía uma pequena choupana bem próxima ao lago. Lá ele guardava seu caiaque. Era seu esporte favorito. Ficar horas e horas remando de um lado para o outro do lago tentando sempre bater seus melhores tempos. Mas, um sábado que seria como outro qualquer guardava muito mais do que ele poderia supor.

A primeira surpresa foi ele encontrar a sua vizinha que, mais uma vez, bombardeava-o com olhares indecifráveis. Ela estava próximo à choupana do seu avô. Parecia estar em família. Ele, mais uma vez, sozinho. Entra na choupana e põem-se a procurar seu caiaque. Mas encontraria bem mais do que o seu velho caiaque. Em um baú, lacrado por um cadeado bem antigo, um segredo escondido adormecia. Aquilo o intrigou. Nunca, antes, havia visto aquele velho baú na choupana de seu avô. De fato existiam muitas coisas estranhas lá, trazidas das viagens que seu avô fazia pelo mundo em suas expedições. Mas seu avô não havia voltado. Havia?

Curioso, procurou algo com que pudesse abrir o velho baú. Abri-o. Dentro, encontra uma porção de papéis antigos, porém um o chama a atenção. Referia-se ao lago. Era feito um mapa. Guardou-o. Não queria ater-se a isso agora. Agora era hora de remar.

Após todo o cansativo treino com seu caiaque, volta ele para a margem do lago em frente à velha choupana, onde, parada, como se o esperasse, encontra-se sua vizinha, Mahina. Tímida, o cumprimenta: “Olá! Como vai?”. Ele, também tímido, responde: “Vou bem! E você?”.

A casa parecia a imensidão de seu coração [Cap. VI] - Mahina

Capítulo VI

Mahina

A figura da menina o atormentava. Não sabia o que os olhares dela o julgando queriam falar. Sabia, ao menos, que ela o atraía. Talvez fosse uma chance de abrir a janela e deixar o vento entrar. Sabia, também, que ao deixar o vento entrar muitas das coisas não bem fixadas poderiam voar e perder-se. Pagaria o preço? Não é momento.

Havia algo de grande que ele queria. Um lamento mudo em seu peito não o deixava quieto. Não tinha certeza do que era aquilo. Talvez fosse só mais um devaneio. Mas poderia ser algo mais, mesmo que não fosse de crendices, acreditava, ele, que poderia ser algo mais. Talvez quisesse justificar a sua existência. Talvez quisesse ser notado por um feito como os grandes heróis da humanidade. Talvez não fosse nada.

Agora, por hora, era hora de tocar sua faculdade. Pôs-se a praticar os exercícios passados pelos professores. Concentrado. A mecânica do estudo vazia-o abstrair todos os pensamentos. Era de se admirar a sua concentração e dedicação. Mesmo que não fosse o mais brilhante, era sem dúvidas um dos mais esforçados.