[os que seguem]

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Velho

e seu colchão agora
é uma aeronave voando
planando no ar

não há peso sobre as costas
não há culpa por ter errado
não há sobre o que se chorar

ele voa tão alto que
na sua face pálida
o frio brinca

não há mais a grande vontade
não há solidão em tudo
não há mais tremores

ele agora é forte e
lá de cima consegue
conter a dor

não há mais desconfiança
não há, agora, descaso
não há olhos tristes

ele pensa que tudo que
queria na vida era
aquele momento

não há mais vida
não há, agora, vida
não há mais vida

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Um Dia

e logo pela manhã
o pensamento põe-se de pé
a vontade de não ir
grita ao meu ouvido:
não!

mas vai, sim vai,
é preciso estar lá
é preciso estar lá

a dor no peito é latente
se esconde e se esconde
mas está e está

logo feito máquina
o que é feito é feito
e feito máquina penso
penso feito ferro

ferro que é parte
parte da minha mente
que mente

sim, mente, a mente
da gente, pra gente
não ser parte ausente

agora? agora recomeço

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Sem Título

e todo mundo finge um pouco:

uns que trabalham muito
outros que não tem trabalho
alguns dizem estar bem
outros nem tanto

uns que a vida é dura
outros que não é tão difícil
alguns dizem estar bem
outros nem tanto

uns que não tem tempo
outros que já foi o tempo
alguns dizem estar bem
outros nem tanto

mas,

perdão aos que amam em vão
amar não se finge não
ou se sente ou se sente